PCN +


Resenha Crítica

LAURIA, Maria Paula Parisi. PCN + Ensino Médio: Orientações educacionais complementares aos  parâmetros curriculares nacionais. Linguagens, códigos e suas tecnologias: Língua Portuguesa. p. 09-91, 239-241

O PCN + Ensino Médio traz orientações educacionais para o Ensino Médio, tendo como objetivo contribuir para a regularização e implementação da nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN, 1996), além de facilitar o trabalho curricular das escolas.
O documento é escrito pautando-se nessa nova Lei, que, por sua vez estabelece o Ensino Médio como a etapa conclusiva da educação básica de toda a população estudantil. Dessa forma, o Ensino Médio deixa de ser apenas um ‘curso’ preparatório para o vestibular, se tornando complementar para a educação básica, ou seja, prepara para vida, qualificando para a formação da cidadania.
Não tem a pretensão de ser interpretado como uma ‘receita’ pronta já para o uso. Trata de orientações e possibilidades que podem ser aplicadas na escola de acordo com suas necessidades. Assim, trabalhando neste âmbito, o PCN, não limitará o trabalho na escola, uma vez que possibilita, através de sua leitura, a sua utilização da melhor forma possível, de acordo com as necessidades de cada escola, comunidade e alunos. É importante que a leitura de cada seção seja feita de forma integral, para que a compreensão dos conteúdos seja efetiva.
Na área do ensino de Língua Portuguesa no Ensino Médio apresenta como um dos objetivos, considerar como algo primordial, a aquisição da língua materna e a promoção do desenvolvimento das competências interativa, textual e gramatical. Essas três competências devem ser sempre trabalhadas juntas, assim se poderá efetivar o verdadeiro ensino da Língua Portuguesa.
Quanto à interação, deve-se ter em mente que a língua materna é o principal operador da comunicação, ou seja, é uma das formas de mediação entre alunos e professores, e por isso, deve ser utilizada e ensinada de maneira adequada às diversas situações comunicativas. 
Para refletir sobre a competência textual, é necessário tomar como base o seguinte trecho citado por Koch & Travaglia (1997), que consideram o texto como uma unidade linguística concreta, e que é usada pelos falantes da língua em situações de interação comunicativa específicas, sendo uma unidade de sentido que preenche uma função comunicativa, independendo a sua extensão.
Quanto a competência gramatical, o PCN+, reconhece que o Brasil é um país rico em variedades linguísticas, dialetos, regionalismos, entre outros, e que por esse motivo gera previsíveis noções de certo ou errado. E que é papel da escola lidar de forma produtiva com a variedade linguística de seus alunos, valorizando a variante que cada um carrega consigo.
O PCN + afirma que o ensino da Língua Portuguesa, ou de qualquer outra língua materna deve ter como base o texto, pois é através deles que percebemos e compreendemos os usos da língua, e desenvolvemos competências e habilidades. E, são os textos que nos proporcionam visões, posições e opiniões sobre a cultura, uma vez que são carregados de informações, apresentando diferentes temas e discussões, ou seja, o texto é uma ferramenta importante, e seu uso é imprescindível no processo de ensino-aprendizagem.
O documento apresenta um tópico que aborda a “Formação do professor e o papel da escola no novo Ensino Médio”. A escola que mantém a formação de seus professores sempre “em dia”, está mais do que cumprindo seu papel pedagógico, está cumprindo para o desenvolvimento e a melhoria na qualidade da educação. E para que essa formação esteja concernente com as novas propostas tecnológicas, este documento apresenta a proposta da “formação continuada”, que deve partir da própria escola, de forma autônoma, uma vez que cada escola apresenta suas características particulares, e a formação deve acontecer sob essa perspectiva, estando mais próxima da realidade da comunidade escolar. Dessa forma, a escola passa a servir de palco e inspiração para essa iniciativa.

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