PCN
Linguagens, códigos e suas tecnologias / Secretaria
de Educação Básica. – Brasília : Ministério da Educação, Secretaria de Educação
Básica. Orientações curriculares para o ensino médio. Volume 1. 2006, pp.
17-83.
Conhecimentos de Língua Portuguesa
Introdução
Uma das discussões mais
frequentes na área da educação refere-se à língua portuguesa, Os PCN’s vêm
apresentar propostas de trabalho que valorizam a participação
crítica do aluno diante da sua língua e que mostram as variedades e pluralidade
de uso pertinentes ao contexto linguístico. Algumas propostas dos PCN’s são
referentes à Linguística Textual e à Linguística Aplicada.
Os PCN do Ensino Médio buscam dar significado ao conhecimento Escolar,
mediante a contextualização, e evitar a compartimentalização, mediante a
interdisciplinaridade.
A reorganização curricular em áreas de conhecimento tem o objetivo de
facilitar o desenvolvimento dos conteúdos, numa perspectiva de
interdisciplinaridade e contextualização. (p.18).
1. A língua portuguesa no contexto do ensino médio
Uma
discussão sobre o papel da disciplina Língua Portuguesa no contexto do ensino
médio deve envolver, necessariamente, uma reflexão sobre o projeto educativo
que se quer implementar nesse nível de ensino (...)Espera-se, portanto, dessa
etapa de formação o desenvolvimento de capacidades que possibilitem ao
estudante:
(i) avançar em
níveis mais complexos de estudos;
(ii) integrar-se
ao mundo do trabalho, com condições para prosseguir, com autonomia, no caminho
de seu aprimoramento profissional;
(iii) atuar, de
forma ética e responsável, na sociedade, tendo em vista as iferentes
dimensões da
prática social. (p. 17-18)
2. Construção de novas rotas nos estudos da
linguagem: Caminhos que configuram a identidade da disciplina
As transformações
dos estudos da língua e da linguagem, no Brasil e no exterior, assim como dos
estudos especificamente vinculados ao processo de ensino e de aprendizagem da
Língua Portuguesa como língua materna provocaram, nos últimos anos, a reflexão
e o debate acerca da necessária revisão dos objetos de ensino em nossas salas
de aula.
... por volta dos anos 1970, o debate centrou-se em torno dos conteúdos
de ensino.
Essa
primeira mudança de paradigma preconizava a importância de compreender as
dificuldades vivenciadas pelos alunos no processo de aprendizagem à luz dos
fatores envolvidos na variação linguística. Defendia-se, portanto, que o
planejamento, a execução e a avaliação dos resultados das práticas de ensino e
de aprendizagem levassem em conta fatores como classe social, espaço regional,
faixa etária, gênero sexual. Tais fatores, dizia-se, deveriam, ainda, ser
considerados em relação às situações de uso da língua que determinam tanto o
grau de formalidade e o registro utilizado quanto a modalidade de uso, se
falada ou escrita.
O que se
defendia nesse momento, em síntese, era uma descoberta dos estudos científicos,
de cujos efeitos apenas recentemente a Lingüística se deu efetivamente conta.
(p.19-20)
Não se
pode dizer, porém, que houvesse, naquela ocasião, condições efetivas para que
se compreendessem, de forma plena, as variações encontradas no processo de
produção e/ou recepção dos textos em suas múltiplas dimensões:
(a) linguística, vinculada, portanto, aos recursos linguísticos em
uso (fonológicos, morfológicos, sintáticos e lexicais);
(b) textual, ligada, assim, à configuração do texto, em
gêneros discursivos ou
em sequências
textuais (narrativa, argumentativa, descritiva, injuntiva, dialogal);
(c)
sociopragmática e discursiva,
relacionada, por conseguinte:
• aos
interlocutores;
• a seus papéis
sociais (por exemplo, pai/filho, professor/aluno, médico/paciente,
namorado/namorada, irmãos, amigos, etc., que envolvem relações assimétricas
e/ou simétricas);
• às suas
motivações e a seus propósitos na interação (como produtores e/ou receptores do
texto);
• às restrições
da situação (instituição em que ocorre, âmbito da interação (privado ou
público), modalidade usada (escrita ou falada), tecnologia implicada, etc.);
• ao momento
social e histórico em que se encontram engajados não só os interlocutores como
também outros sujeitos, grupos ou comunidades que eventualmente estejam afeitos
à situação em que emerge o texto.
(d)
cognitivo-conceitual, associada aos
conhecimentos sobre o mundo–objetos, seres, fatos, fenômenos, acontecimentos,
etc. – que envolvem os conceitos e suas inter-relações.
3. Concepção de Língua e Linguagem e Práticas de
ensino
Uma abordagem a
ser ressaltada é aquela proposta pelo interacionismo. A despeito das
especificidades envolvidas na produção, na recepção e na circulação de
diferentes textos, bem como dos eventuais conflitos e mal-entendidos entre os interlocutores,
tais estudos defendem que todo e qualquer texto se constrói na interação. Isso
porque assumem alguns princípios comuns no que toca ao modo de conceber a
relação entre homem e linguagem, homem e homem, homem e mundo. (p.23)
Pode-se
salientar que, desse ponto de vista, as atividades humanas são consideradas,
sempre, como mediadas simbolicamente. Além disso, tem-se que, se é pelas
atividades de linguagem que o homem se constitui sujeito, só por intermédio
delas é que tem condições de refletir sobre si mesmo. Pode-se ainda dizer que,
por meio das atividades de compreensão e produção de textos, o sujeito
desenvolve uma relação íntima com a leitura – escrita –, fala de si mesmo e do
mundo que o rodeia, o que viabiliza nova significação para seus processos
subjetivos. (p.24)
(...) a língua é
uma das formas de manifestação da linguagem, é um entre os sistemas semióticos
construídos histórica e socialmente pelo homem. Assim, o homem, em suas
práticas orais e escritas de interação, recorre ao sistema linguístico – com
suas regras fonológicas, morfológicas, sintáticas, semânticas e com seu léxico.
(p.25)
Nesse contexto,
a ênfase que tem sido dada ao trabalho com as múltiplas linguagens e com os
gêneros discursivos merece ser compreendida como uma tentativa de não
fragmentar, no processo de formação do aluno, as diferentes dimensões
implicadas na produção de sentidos. Essa escolha também reflete um compromisso
da disciplina, orientado pelo projeto educativo em andamento: o de possibilitar
letramentos múltiplos. (p.28)
Dito ainda de
outro modo, a abordagem proposta considera que, se as realidades sociais são
produzidas e construídas nas diversas interações sociais, então, as práticas de
ensino e de aprendizagem da língua materna devem levar em conta, sempre, as
configurações singulares que os diferentes sistemas semióticos adquirem nos
eventos de interação nos quais emergem, numa visão integradora, que procure
entender o que os sujeitos fazem quando selecionam, estrategicamente,
determinados recursos, dentre os disponíveis numa dada linguagem ou na língua.
(p.29)
Como se pode
concluir do que foi dito até o momento, essa concepção de língua(gem) traz para
a escola e seus atores outros compromissos com relação ao que comumente se
entende por aprendizagem da língua ou, para muitos, por domínio da língua.
(p.30)
4. A disciplina Língua Portuguesa: Perspectiva no
contexto do Ensino Médio
Considerando-se
a história de interações e de letramento que o aluno traz para o ensino médio –
construída em diferentes esferas sociais de uso da linguagem (pública e
privada), inclusive nas experiências sistemáticas de aprendizagem de escrita
(produção e compreensão textuais) do ensino fundamental –, o perfil que se
traça para o alunado do ensino médio, na disciplina Língua Portuguesa, prevê que
o aluno, ao longo de sua formação, deva:
·
conviver, de
forma não só crítica mas também lúdica, com situações de produção e leitura de
textos, atualizados em diferentes suportes e sistemas de linguagem – escrito,
oral, imagético, digital, etc. –, de modo que conheça – use e compreenda – a
multiplicidade de linguagens que ambientam as práticas de letramento
multissemiótico em emergência em nossa sociedade, geradas nas (e pelas)
diferentes esferas das atividades sociais – literária, científica,
publicitária, religiosa, jurídica, burocrática, cultural, política, econômica, midiática,
esportiva, etc;
·
no contexto das
práticas de aprendizagem de língua(gem), conviver com situações de produção
escrita, oral e imagética, de leitura e de escuta, que lhe propiciem uma
inserção em práticas de linguagem em que são colocados em funcionamento textos
que exigem da parte do aluno conhecimentos distintos daqueles usados em
situações de interação informais, sejam elas face a face ou não. Dito de outra
forma, o aluno deverá passar a lidar com situações de interação que se revestem
de uma complexidade que exigirá dele a construção de saberes relativos ao uso
de estratégias (linguística, textual e pragmática) por meio das quais se
procura assegurar a autonomia do texto em relação ao contexto de situação
imediato; construir habilidades e conhecimentos que o capacitem a refletir
sobre os usos da língua(gem) nos textos e sobre fatores que concorrem para sua
variação e variabilidade, seja a linguística, seja a textual, seja a
pragmática. Nesse trabalho de análise, o olhar do aluno, sem perder de vista a
complexidade da atividade de linguagem em estudo, deverá ser orientado para
compreender o funcionamento sociopragmático do texto – seu contexto de emergência,
produção, circulação e recepção; as esferas de atividade humana (ou seja, os domínios
de produção discursiva); as manifestações de vozes e pontos de vista; a
emergência e a atuação dos seres da enunciação no arranjo da teia discursiva do
texto; a confi guração formal (macro e microestrutural); os arranjos possíveis
para materializar o que se quer dizer; os processos e as estratégias de
produção de sentido. O que se prevê, portanto, é que o aluno tome a língua
escrita e oral, bem como outros sistemas semióticos, como objeto de
ensino/estudo/aprendizagem, numa abordagem que envolva ora ações
metalinguísticas (de descrição e reflexão sistemática sobre aspectos
linguísticos), ora ações epilinguísticas (de reflexão sobre o uso de um dado
recurso linguístico, no processo mesmo de enunciação e no interior da prática
em que ele se dá), conforme o propósito e a natureza da investigação
empreendida pelo aluno e dos saberes a serem construídos. (p. 31-32-33).
(...)
nesse campo de estudos, praticamente se impõe a necessidade da abordagem
interdisciplinar, quer no que toca aos referenciais teórico-metodológicos
abraçados pela Língua Portuguesa para o tratamento do texto nas atividades de
compreensão e produção, quer no que se refere à teia de relações entre as disciplinas
do ensino médio para o alcance das finalidades da educação com as quais se
compromete nesse nível de ensino. (p.34)
5. Organização curricular e procedimentos
metodológicos de abordagem dos conteúdos
(...) cabe
à escola, junto com os professores, precisar os conteúdos a serem transformados
em objetos de ensino e de aprendizagem bem como os procedimentos por meio dos
quais se efetivará sua operacionalização. (p.35)
Dessa
perspectiva, ressalte-se que a definição do que se vai propor como objeto de
ensino, a rigor, é uma ação de natureza pedagógica e sobretudo política, voltada
para a criação de situações de ensino que propiciem a construção de
conhecimentos que resulte de uma atividade de busca por parte do próprio aluno,
fundada em situações de aprendizagem significativas, a partir das indicações e
das orientações fornecidas pelo professor. Em suma, tomar a ação de ensinar como
uma ação política reporta à ideia de que o conhecimento é o produto de um
trabalho social e sua construção é fruto de investigação e (re)elaboração com a
cooperação dos outros. (p.36)
Dessa
forma, o que se propõe é que, na delimitação dos conteúdos, as escolas procurem
organizar suas práticas de ensino por meio de agrupamentos de textos, segundo
recortes variados, em razão das demandas locais, fundamentando-se no princípio
de que o objeto de ensino privilegiado são os processos de produção de sentido
para os textos, como materialidade de gêneros discursivos, à luz das diferentes
dimensões pelas quais eles se constituem. (p.36)
6. Considerações finais
Salienta-se,
nesse sentido, que, no atual contexto das políticas públicas brasileiras de
educação, o ensino médio define-se, no âmbito da educação básica, como etapa
final da formação escolar, que, como dito, deve promover a consolidação e o
aprofundamento de muitos dos conhecimentos construídos ao longo do ensino
fundamental.
Em
síntese, sob essa lógica, ensinar e aprender são ações distintas, mas
complementares, que implicam tanto para que e para quem se ensina o que se
ensina quanto que função possui um determinado conhecimento, num dado contexto,
para aquele que assume o lugar de aprendiz.
Em
relação à disciplina Língua Portuguesa no ensino médio, as respostas a essas
questões – construídas pela escola, isto é, em seu projeto pedagógico –
pressupõem um professor de língua materna em permanente e contínua formação
científica e
pedagógica, por meio da qual possa construir uma compreensão sobre seu objeto
de ensino/trabalho – os usos sociais da língua, a refl exão sobre seus usos e
sua variabilidade –, tendo em vista os interesses e propósitos que orientam sua
prática pedagógica.
Conhecimentos de Literatura
Introdução
As orientações que se
seguem têm sua justificativa no fato de que os PCN’s do ensino médio, ao
incorporarem no estudo da linguagem os conteúdos de Literatura, passaram ao
largo dos debates que o ensino de tal disciplina vem suscitando, além de negar
a ela a autonomia e a especificidade que lhe são devidas. (...) torna-se necessário agora ratificar a importância de sua
presença no currículo do ensino médio (importância que parece ter sido colocada
em questão), assim como atualizar as discussões que tem sido travadas desde os
últimos PCN’s.
1. Por que a Literatura no Ensino Médio?
O ensino de Literatura (e das outras artes) visa, sobretudo, ao
cumprimento do inciso III dos objetivos estabelecidos para o ensino médio.
(...) Para cumprir com esses objetivos, entretanto, não se deve
sobrecarregar o aluno com informações sobre épocas, estilos, características de
escolas literárias, etc., como até hoje tem ocorrido, apesar de os PCN’s,
principalmente o PCN+, alertarem para o caráter secundário de tais conteúdos.
2. A formação do leitor: Do Ensino Fundamental ao
Ensino Médio
Constata-se, de maneira
geral, na passagem do ensino fundamental para o ensino médio, um declínio da
experiência de leitura de textos ficcionais, seja de livros da Literatura
infanto-juvenil, seja de alguns poucos autores representativos da Literatura Brasileira
selecionados, que aos poucos cede lugar à história da Literatura e seus
estilos. (...) Concluído o ensino fundamental, supõe-se que os alunos que
ingressam no ensino médio já estejam preparados para a leitura de textos mais
complexos da cultura literária, que poderão ser trabalhados lado a lado com
outras modalidades com as quais estão mais familiarizados, como o hip-hop,
as letras de músicas, os quadrinhos, o cordel, entre outras relacionadas ao
contexto cultural menos ou mais urbano em que tais gêneros se produzem na
sociedade.
3. A Leitura Literária
Fechado, um livro é
literal e geometricamente um volume, uma coisa entre outras. Quando o livro é
aberto e se encontra com seu leitor, então ocorre o fato estético. Deve-se
acrescentar que um mesmo livro muda em relação a um mesmo leitor, já que
mudamos tanto. (BORGES, 1987).
3.1 A
importância do leitor
O leitor e a leitura
tornam-se, hoje, objetos de reflexão teórica, até mesmo no interior do próprio
texto literário. (...) O leitor e a
leitura tornam-se, hoje, objetos de reflexão teórica, até mesmo no interior do
próprio texto literário? Questão fundamental para que hoje possamos
perceber quem eram os interlocutores de Umberto Eco quando o teórico se viu
impelido a reformular conceitos que dessem conta de acompanhar as novas formas
de arte dele contemporâneas, tendo como eixo a relação obra–leitor.
3.2 Que
leitores somos
Fatores linguísticos, culturais, ideológicos, por
exemplo, contribuem para modular a relação do leitor com o texto, num arco
extenso que pode ir desde a rejeição ou incompreensão mais absoluta até a
adesão incondicional. Também conta a familiaridade que o leitor tem com o
gênero literário, que igualmente pode regular o grau de exigência e de
ingenuidade, de afastamento ou aproximação. Umberto Eco identifica dois tipos
básicos de leitores. “O primeiro é
a vítima, designada pelas próprias estratégias enunciativas, o segundo é o
leitor crítico, que ri do modo pelo qual foi levado a ser vítima designada”(ECO,
1989, p. 101). Quer dizer, leitor vítima em princípio seria aquele mais
interessado em “o que” o texto conta, uma vítima do enunciado, e o leitor
crítico em “como” o texto narra, também interessado no modo de enunciação.
3.3 Formação
do leitor crítico na escola
E na escola? Que leitor
formar? (...) Formar para o gosto literário, conhecer a tradição literária
local e oferecer instrumentos para uma penetração mais aguda nas obras -
tradicionalmente objetivos da escola em relação à literatura – decerto supõem
percorrer o arco que vai do leitor vítima ao leitor crítico. (...) As escolhas
anárquicas dos adolescentes fora da escola, além de permitir essa formação
do gosto, levam a um conhecimento dos gêneros literários que deve ser
considerado como base para a didática da literatura na escola e pode contribuir
para o planejamento de atividades de reorientação de leitura, uma vez que a
escola não é uma mera extensão da vida pública, mas tem uma especificidade.
4.
Possibilidades de Mediação
4.1 O
professor e a seleção de textos
Além de mediador de
leitura, portanto leitor especializado, também se requer do professor um
conhecimento mais especializado, no âmbito da teoria literária. (...) O
professor não pode submeter seu programa ao programa do vestibular: ele deve
oferecer ao aluno condições satisfatórias de aprendizagem para que possa
sair-se bem em provas que exijam um conhecimento compatível ao que foi
ensinado.
4.2 O
professor e o tempo
Os professores,
pressionados por programas panorâmicos, sentem-se obrigados a cobrir toda a
linha do tempo (assim como se sentem pressionados a cobrir todos os pontos de
gramática), fazendo uso da história da Literatura, ainda que isso não sirva
para nada: aulas “chatas”, alunos e professores desmotivados, aprendizagem que
não corresponde ao que em princípio foi ensinado. É urgente que o professor,
ele próprio, se abra para as potencialidades da literatura e faça um esforço
para se livrar dos preconceitos didáticos que o obrigam a cobrir um conteúdo
mensurável e visível, como são as escolas literárias, em prejuízo de um
conteúdo menos escolarizado e mais oculto, que é a leitura vagarosa da
Literatura, pensando-se sobretudo no romance, talvez o gênero mais popular
dentre os literários. No caso da Literatura, o tempo é crucial. A leitura de um
romance, por exemplo, requer planejamento do professor para orientar a leitura
e tempo para o aluno ler o livro.
4.3 O leitor e
o espaço
O projeto pedagógico com
vistas à formação do leitor da Literatura deve incluir a estruturação de um
sistema de trocas contínuo, sustentado por uma biblioteca com bom acervo e por
outros ambientes de leitura e circulação de livros. A ampliação dos espaços
escolares de leitura resultará, com certeza, na ampliação dos tempos, diga-se
de passagem, exíguos de aulas de Literatura, além de possibilitar trocas menos
artificiais, já que colaboram para a criação de uma comunidade de leitores tão
importante para a permanência da literatura, sobretudo em contextos sociais que
não dispõem de uma biblioteca pública e/ou livraria.
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