PCN
Resenha
Linguagens, códigos e suas
tecnologias / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : Ministério da
Educação, Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino
médio. Volume 1. 2006, pp. 17-83.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais servirão de Estímulo e
apoio à reflexão sobre a prática diária sobre a prática diária do professor, o
planejamento de suas aulas e o desenvolvimento do currículo de sua escola.
(p.10)
O Ensino Médio é parte da Educação Básica. Isso quer dizer
que Ele é parte da educação que todo o brasileiro jovem deve ter para enfrentar
a vida adulta com mais segurança (...) propõem um Currículo baseado no domínio
de competências básicas e não do acúmulo de informações. E ainda um currículo
que tenha vínculos com os diversos contextos de vida dos alunos. (p. 11)
Segundo o PCN, os conhecimentos básicos da Língua Portuguesa foram
adquiridos pelos alunos durante o período do Ensino Fundamental, sendo
necessário então, no Ensino Médio, o aprimoramento de tais conhecimentos,
havendo a aquisição de competências interativas, textuais e gramaticais da
língua materna. Essas competências estendem-se, desde o desenvolvimento do
potencial crítico, da capacitação de leitores efetivos, até as diferentes
situações do uso da língua.
As diretrizes curriculares nacionais, os PCNs (Parâmetros Curriculares
Nacionais) dos diferentes níveis de ensino e uma série de outros documentos
oficiais referentes à educação no Brasil têm colocado - em consonância com uma
tendência mundial - a necessidade de centrar o ensino e aprendizagem no
desenvolvimento de competências e habilidades por parte do aluno, em lugar de
centrá-lo no conteúdo conceitual. Isso implica em uma mudança muito grande por
parte da escola, que sem dúvida tem que ser preparada para ela. A LDB (Lei nº 9.394/96) defende que a
Educação Básica é direito de todo cidadão
A disciplina na LDB nº 5692/1 vinha dicotimizada em Língua e
Literatura (com ênfase na literatura brasileira). A divisão repercutiu na
organização curricular: a separação entre gramática, estudos literários e
redação. Os livros didáticos, em geral, e mesmo vestibulares, reproduziram o
modelo de divisão. O estudo gramatical aparece nos planos currículares de
Português, desde as séries iniciais, sem que os alunos, até as séries finais do
Ensino Médio, dominem a nomeclatura. A confusão entre norma e gramaticalidade é
o grande problema da gramática ensinada pela escola.
Elas terão de contemplar a formação básica, incluindo a preparação geral
para o trabalho, inclusive, integrando as séries finais do ensino fundamental
com o ensino médio, em virtude da proximidade de faixa etária do alunado e das
características comuns de especialização disciplinar que esses segmentos de
ensino guardam entre si. As diretrizes do novo ensino médio colocam a escola
como agente principal na definição do currículo, o professor como agente
transformador e o estudante, o cidadão-alvo de toda mudança. Essas diretrizes
estão definidas nos Parâmetros Curriculares Nacionais,como já citado acima,
guias para orientar a escola e os professores na aplicação do novo modelo.
Ao dispor os conteúdos de forma interligada por área, os Parâmetros
Curriculares Nacionais criam os caminhos para atingir o objetivo de levar ao
estudante conhecimentos capazes de torná-lo uma pessoa crítica, versátil e
hábil para continuar aprendendo e se adaptando às constantes exigências do
mundo globalizado. A organização curricular do ensino médio deve ser orientada
por alguns pressupostos:
·
visão
orgânica do conhecimento, afinada com as mutações surpreendentes que o acesso à
informação está causando no modo de abordar, analisar, explicar e prever a
realidade, tão bem ilustradas no hipertexto que cada vez mais entremeia o texto
dos discursos, das falas e das construções conceituais;
·
disposição
para perseguir essa visão, organizando e tratando os conteúdos do ensino e as
situações de aprendizagem, de modo a destacar as múltiplas interações entre as
disciplinas do currículo;
·
abertura
e sensibilidade para identificar as relações que existem entre os conteúdos do
ensino e as situações de aprendizagem com os muitos contextos de vida social e
pessoal, de modo a estabelecer uma relação ativa entre o aluno e o objeto do
conhecimento e a desenvolver a capacidade de relacionar o aprendido com o
observado, a teoria com suas conseqüências e aplicações práticas;
·
reconhecimento
das linguagens como formas de constituição dos conhecimentos e das
identidades; reconhecimento e aceitação de que o conhecimento é uma
construção coletiva e que a aprendizagem mobiliza afetos, emoções e relações
com seus pares, além das cognições e habilidades intelectuais.
Os conteúdos devem ser vistos como meios para constituição de
competências e não como fins em si mesmos, o trabalho do raciocínio deve
prevalecer sobre o da memória e o conhecimento deve ser experimentado pelo
aluno e não apenas transmitido a ele.
Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a
pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os
conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou
compreender um determinado fenômeno sob diferentes pontos de vista. Em suma a
interdisciplinaridade tem uma função instrumental. Trata-se de recorrer a um
saber diretamente útil e utilizável para responder às questões e aos problemas
sociais contemporâneos
A interdisciplinaridade deve ser compreendida a partir de uma
abordagem relacional, em que se propõe que, por meio da prática escolar, sejam
estabelecidas interconexões e passagens entre os conhecimentos através de
relações de complementaridade, convergência ou divergência.
A aprendizagem significativa pressupõe a existência de um
referencial que permita aos alunos identificar e se identificar com as questões
propostas. Essa postura não implica permanecer apenas no nível de conhecimento
que é dado pelo contexto mais imediato, nem muito menos pelo senso comum, mas
visa a gerar a capacidade de compreender e intervir na realidade, numa
perspectiva autônoma e desalienante.
Enfim, o aluno deverá ser capacitado a constituir competências,
habilidades e disposições de condutas que lhe tornem possível a inserção na
sociedade de uma forma produtiva, crítica e criativa, e não simplesmente ser um
depósito de informações. Com as novas diretrizes, fica mais clara a
responsabilidade da escola – e do professor – de estruturar o seu programa de
ensino. Um programa dinâmico, que não esteja preso a moldes pré-formados ou
seguindo rigidamente um livro didático. Um programa que esteja de acordo com a
realidade local e com as necessidades imediatas dos alunos. Essa liberdade dada
ao professor é certamente muito positiva, mas exige preparo e trabalho.
O
parâmetro curricular nacional possui um esquema de ensino formador de cidadãos
críticos. Observa-se que PCN específico do Ensino Médio, especialmente o de
língua portuguesa, faz muita analogia à formação de certas habilidades
comunicativas que são essenciais ao convívio social e, aliás, chega a comentar
que isto é critério de seleção social. Não se preocupa tanto com o conteúdo, já
desenvolvido em outras etapas escolares, apenas na ‘evolução’ dos mesmos através
de sua contextualização e amadurecimento. Este é um dos pontos onde há uma
observação de falha do ensino, onde muitos educadores não conseguem desenvolver
este fator crítico de seus alunos.
Em síntese, o PCN de Língua Portuguesa, é um documento essencial para a
constituição de uma sequência didática, ou seja, para o ensino, mesmo que seja
um documento que serve de base para o ensino.
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