Mais devaneios


Tem muito tempo que não escrevo, não por não ter nada a dizer, mas por não saber o que escrever, na verdade eu acho que sei o que escrever, mas não sei quais palavras usar, e se eu serei bem compreendida. Mas ser compreendida por quem? Não sei.
Começo a escrever, como agora eu faço, aí vem o branco. Não tenho paciência pra esperar a inspiração, a vontade de escrever voltar, aí apago tudo, fecho a página e é como se nada tivesse acontecido, como se eu não tivesse aberto a página e começado a digitar.
Eu to escrevendo sobre o que? Pra que? Não sei. Acho que ninguém lê mais as coisas que eu escrevo, a quem interessa saber dessa minha vidinha mais ou menos? Dessa pobre imortal que sempre teve a ilusão de poder ser alguém na vida, que poderia ganhar o seu sustento com essa coisa de escrever. Pudera ser assim quando ainda tinha meus 14 anos, que escrevia longas e amorosas cartas a casais que eu não fazia parte, quando eu escrevia cartas de pedidos de desculpas a namoradas e namorados, que não eram os meus. Aí sim, eu ganhava uma graninha. Mas eu cresci, comecei a sentir coisas não muito legais, e meu dom foi sumindo. Não acho certo escrever essas cartas. Não mais.
Comecei a escrever histórias de pessoas que não existem, não em  meu meio de convivência, inventei histórias tristes, com moral que eu não tenho o direito de passar a ninguém. Escrevi espécies de diários, escritos dias após dias, com hora de inicio e término, com páginas e páginas de coisas mais estranhas e que hoje quando eu leio, fico sem saber o que exatamente passava na minha cabeça naquele momento.

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