Blefe

Escrevi essa crônica quando estava no ensino médio, então já tem mais de 5 anos...hehehe...Depois reescrevi e pedi a um professor do cursinho que lesse e avaliasse: "Ótimo texto crônico, revela um grande talento jornalístico. Prossiga." essas foram as palavras dele, que até hoje estavam no papel que eu escrevi o texto, e que hoje eu encontrei depois de mais de 5 anos achando que o tinha perdido.



Vou esclarecer uma coisa, não pretendo dizer o que é, apenas a descreverei. Só pergunto uma coisa, quem realmente perde?
Digamos que cinco pessoas estão jogando pôquer, jogo complicado, que exige tática e acima de tudo, BLEFE. Quem blefa mais e melhor, ganha a partida.
Esse jogo acontece de duas a três vezes em uma década. As regras são as seguintes: a) o ganhador da última partida é o único que aposta, a aposta é alta, e muito disputada. b) ele não pode participar após duas vitórias consecutivas. c) cada um dos outros jogadores recebem algumas cartas, um por vez tem o direito de expor suas táticas, indiretamente. d) são três estágios, sendo a eliminação feita pela contagem de pontos. e)no final, só um ganha, e o prêmio não pode ser divido, nem passado a ninguém, a não ser que algo aconteça, assim poderá ser passado a um individuo pré-destinado. Tudo que acontecer ao prêmio é de única responsabilidade do ganhador, podendo ser punido por incapacidade de administrá-lo.
Começa então a partida, ela é demorada, mas de grande importância para o futuro do prêmio, que fica sobre a mesa, participando desse jogo, que pode ser considerado “sujo”, assim não pode fazer nada, não pode exatamente escolher quem o levará. E assim segue o jogo. Cada hora um fala, blefa, joga sobre o prêmio, angaria confiança.
Pesquisa geral para a contagem de pontos, o jogador dois está em 1º lugar, o jogador quatro está em 2º lugar, e com grande chance de ultrapassar. O jogar um está em 3º, e o jogador cinco está em quarto. O jogador três desistiu do jogo. Próxima parada, o jogador quatro ultrapassa o jogador dois, os jogadores um e cinco mantêm-se na mesma posição. Parada final, após blefes de todos os tipos, os jogadores têm o direito de expor pela última vez suas ideias, assim, olho no olho, um desafia o outro, eis a cartada final, qualquer falha pode significar a vitória do outro.  Depois de muito tempo jogando, um desses acaba ganhando, pode ser que o jogador um, após essa última oportunidade, resolva jogar tudo o que tem, aposta bem mais alto do que os jogares 2 e 4 e acaba ganhando o jogo, mas nem sempre a mais alta aposta leva o prêmio.
Esse jogo parece ser simples, mas quem possuir um Straight Flush, ainda pode perder. O blefe é o que mais conta nesse jogo, a única tentativa é causar o “medo” nos outros jogadores e dessa forma poder-se-á levar o prêmio pelo que se disse durante TODO o jogo. Suas ações também definem qual jogador levará o prêmio e quem o apoia em tudo o que ele fala, quem monta e organiza seus blefes.
É estranho o que eu descrevi? Mas é assim que um sistema trabalha. Conto sobre o sistema eleitoral. Isso realmente parece um jogo de pôquer, alguns candidatos se lançam, fazem mil promessas, há turno e returno, e apenas um ganha. Depois de quatro anos a mesma coisa, e o destino povo é posto em jogo. E acaba pelo vencedor sendo alguém totalmente incapaz de governar. Ai o país (estado ou cidade) se “afunda” e passa a ser uma batata quente, que se cair, explode. E isso arruinaria o país.
Penso que eleição não devia ter um pré requisito de promessas, mas sim de obras, o que é dito não é feito, e o que já está feito não se destrói. Deveriam perceber que desse processo depende o futuro de uma nação, e não como no pôquer que o ganhador leva um monte de coisas, desde dinheiro a relógios de ouro e outras quinquilharias, se bem que na política de hoje, o que mais se tem são políticos corruptos e que além de levar o povo como prêmio, ganha recompensas por favorecer um ou outro em suas decisões.
Não é apenas o ganhador que tem o direito de opinar, de decidir o que é melhor, pois se trata de milhões de pessoas e do que elas precisam, e elas não são escutadas, pois a última palavra é do “pai” provisório da nação.

Comentários

Postagens mais visitadas