Gostar não vale

Hoje eu acordei sem querer ter acordado. O último mês da minha vida foi daqueles meses que tudo o que você mais quer, e precisa, é apagá-lo da cabeça.
Em um mês eu conheci alguém, gostei demais e de verdade, quebrei a cara, e ainda assim eu voltei e quebrei a cara de novo.
Eu me preocupei com alguém que não se importava com o que eu sentia. Eu chorei todas as vezes que o meu coração apertou por causa desse alguém (menos hoje!).
Eu quis largar tudo e sumir. Eu quis me matar, ou me deixar ser morta. Eu me arrependi amargamente de palavras que eu disse e de ter conhecido certas pessoas.
Eu envelheci. Eu mudei e estou aprendendo. Eu acordei sem querer acordar.
Nunca acreditei em conto de fadas, mas dessa vez a inebriante luz da vida me fez perder o foco, e eu me perdi do meu caminho, do meu verdadeiro caminho.
Deixei o que eu realmente acreditava por alguém que não merecia nenhuma das lágrimas que escorreram do meu rosto.
Eu reconheci meus velhos e meus novos amigos quando eu precisei. Eu ouvi coisas que eu sempre disse, e que acreditava nunca ter que ouvir alguém me dizer.
Eu fiquei cega e surda. Deixei que me fizessem de idiota, de troxa. Eu me deixei levar pelo fluxo incontrolável da carência e do retorno pra casa sem um ponto de encontro fixo.
Eu quis viver aqui, o que eu vivia lá. Mas as pessoas daqui não são iguais às pessoas de lá. Os sentimentos de lá, são os que eu queria aqui.
Eu chorei muito. As lágrimas escorreram até não ter mais o que escorrer. Eu não consegui separar o trabalho da vida pessoal, e me avacalhei por causa disso.
Eu bebi demais da conta. Vi velhos vícios se tornarem novos de novo. Eu lutei e me mantive firme. Eu tentei ajudar. Eu falei, reclamei e me chamaram de chata.
Eu escutei coisas do tipo "você me conheceu assim e eu não vou mudar"; "eu vou te matar"; e "você acabou com a minha vida".
Eu me considerei errada mesmo tendo a certeza de estar certa. Eu acabei com um trio "nada" amoroso. Eu abri mão de quem eu gostava, sem de verdade abrir mão. Mas eu me afastei porque eu precisei me afastar.
Eu aprendi a gostar e a me preocupar com alguém. Foi a primeira vez que foi de verdade, mas a pessoa não era a pessoa certa. Na verdade tudo nessa história era errado.
Eu vi os olhos que eu queria que me olhassem todas as noites e todas as manhãs mudarem de direção. Eu senti a reprovação na ausência desse olhar.
Eu paguei com a mesma moeda, e tive a certeza de que os homens podem fazer qualquer coisa, mas as mulheres não.
Eu quis esquecer e não consegui, e estou deixando o tempo passar. Assim passou novembro e eu me perdi do meu caminho, me perdi do meu caminho pra encontrar alguém que não valia a pena. Mas aprendi. Caí e me levantei. E simplesmente digo, se entregar não vale a pena.

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