Mini-Conto: "Borboleta de Asas de Ouro"
O barco afundou. Mas todos os tripulantes permaneceram intactos dentro dele. Permaneceram cada um em seu posto, como se tivessem resolvido acatar aquele naufrágio como para eles também.
É certo que eles tentaram fazer com que o barco permanecesse em auto-mar, na esperança de que alguma outra embarcação aparecesse para salvá-los.
O capitão estava ao much, o restante deles estavam sentados na cozinha do barco, provavelmente cantavam canções de despedida, porém um deles estava em seus aposentos, foi encontrado sentado em uma escrivaninha, segurando uma garrafa fechada contendo um papel dentro. Porque todos os tripulantes se reuniram na cozinha e este permaneceu em seu quarto? Conta a lenda que o capitão jamais abandona seu barco, julgo então ser normal a solitude do capitão na sala de comando. Mas não importam as lendas, as histórias... Ou a vida de cada tripulante, nada disso se fez importante diante da riqueza que aquele pedaço de papel trazia embutida em si.
"13/12/1807 - Provavelmente esta será a última coisa que escreverei. Estou em meu barco agora, digo isso porque trabalhei nele e com ele durante toda a minha vida. Fiz dele minha morada e de meus amigos, minha família. Sei que deixei muita coisa pra trás no dia em que resolvi entrar dentro dele e viver aventuras nessa imensidão azul. Encontrei tesouros, conquistei várias mulheres. Conheci Terras jamais imaginadas. Vivi pelo meu barco. Vivi estórias que ninguém jamais saberá, ou se souberem estas serão julgas histórias. Não sei muita coisa importante para os outros, mas o que aprendi na vida foi muito importante pra mim.
Véspera de Natal, o Capitão nos prometera pela primeira vez em anos, que nos deixaria ficar em Terra firme até o raiar do primeiro dia do novo ano. Estava ancioso para retornar à minha casa, rever todos aqueles que eu deixei pra trás. Rever amores que jamais esquecerei. Estava eufórico, sonhava em como tudo estaria.
Confesso que toda vez que saíamos em uma nova missão, sempre, não houve uma vez sequer que eu não pedi a DEUS que estivesse comigo, com a minha casa e com a minha familia. Que Ele nos protegesse e nos guardasse. E que quando fosse da vontade d'Ele, que Ele nos levasse da forma mais digna que um tripulante de navio pudesse morrer. Mas pedia também que essa hora tardasse o máximo possível, pelo menos tempo o suficiente para que eu pudesse fazer e dizer algo que não havia dito.
Não sei qual será o fim desse dia, não sei qual é a vontade de DEUS pra nós, só sei que cada um de nós está fazendo o que deveria estar sendo feito. Eu me recolhi em meus aposentos, pode parecer que abandonei minha familia, mas o fato é que precisava estar aqui e agora. Sinto que esta será minha última chance e dizer o que eu não disse. Covardia? Posso dizer que sim. Arrependimento? Não digo que tenho, pois só agora sinto-me seguro o suficiente para dizer isso. Tarde demais? Pode ser que seja, mas só o fato de estar fazendo já me deixa mais tranquilo.
Deixo pra você esta carta, e junto com ela este anel. Quero que saiba que havia resolvido deixar esta minha casa por você, para construirmos juntos uma nova familia. Não quero que chore quando lê-la. Não gostaria que tivesse que ser assim, não imaginava que DEUS me levaria antes de poder dizer-te isso, antes poder viver contigo uma nova vida, mas não O julgo, não reclamo, sei que Ele sabe o que faz, sei que o melhor pra nós dois será feito, e nossas vidas mudarão a partir de hoje.
Te amo, axo que isso basta. respondo a uma coisa que você me perguntou a anos. Sei que você imagina que eu tenha me esquecido do que você me disse no dia em que resolvi vir para o mar. lembro-me que você disse que eu morreria nessas aventuras, agora você pode estar certa. Mas se eu partir hoje, saiba que vou na certeza de que eu amei alguém um dia, e que esse amor foi seu, saiba que meu coração sempre esteve dividido entre você e o mar. Quero que você siga a sua vida. E peço perdão por ter prendido você por tanto tempo. Esteja livre agora. Vá atrás de sua borboleta de asas de ouro!! Mas não deixe de sonhar quando encontrá-la. Existem sonhos maiores do que este. Te amo!"
Essa carta foi axada junto com um dos tripulantes. O seu nome nunca foi revelado, mas a linda moça para a qual ele havia deixado essa carta soube que era pra ela quando leu no final: "Vá atrás de sua borboleta de asas de ouro". Perguntamos a ela o que seria essa tal "borboleta de asas de ouro" e ela simplesmente respondeu que era a liberdade vista através dos olhos de quem ama. "Uma jóia tão rara que só quem ama a encontra" - E ela foi em busca de sua borboleta de asas de ouro.
O barco afundou, e com ele a história dos outros tripulantes. Sei que devem estar se perguntando qual seria exatamente a riqueza encontrada dentro daquela garrafa. Muitos devem ter pensado que era o anel, de fato o anel era muito valioso. Mas a maior riqueza da garrafa foi o aprendizado que esse tripulante deixou... Porque o amor é isso... É deixar que o outro busque sua "Borboleta de asas de ouro"...
É certo que eles tentaram fazer com que o barco permanecesse em auto-mar, na esperança de que alguma outra embarcação aparecesse para salvá-los.
O capitão estava ao much, o restante deles estavam sentados na cozinha do barco, provavelmente cantavam canções de despedida, porém um deles estava em seus aposentos, foi encontrado sentado em uma escrivaninha, segurando uma garrafa fechada contendo um papel dentro. Porque todos os tripulantes se reuniram na cozinha e este permaneceu em seu quarto? Conta a lenda que o capitão jamais abandona seu barco, julgo então ser normal a solitude do capitão na sala de comando. Mas não importam as lendas, as histórias... Ou a vida de cada tripulante, nada disso se fez importante diante da riqueza que aquele pedaço de papel trazia embutida em si.
"13/12/1807 - Provavelmente esta será a última coisa que escreverei. Estou em meu barco agora, digo isso porque trabalhei nele e com ele durante toda a minha vida. Fiz dele minha morada e de meus amigos, minha família. Sei que deixei muita coisa pra trás no dia em que resolvi entrar dentro dele e viver aventuras nessa imensidão azul. Encontrei tesouros, conquistei várias mulheres. Conheci Terras jamais imaginadas. Vivi pelo meu barco. Vivi estórias que ninguém jamais saberá, ou se souberem estas serão julgas histórias. Não sei muita coisa importante para os outros, mas o que aprendi na vida foi muito importante pra mim.
Véspera de Natal, o Capitão nos prometera pela primeira vez em anos, que nos deixaria ficar em Terra firme até o raiar do primeiro dia do novo ano. Estava ancioso para retornar à minha casa, rever todos aqueles que eu deixei pra trás. Rever amores que jamais esquecerei. Estava eufórico, sonhava em como tudo estaria.
Confesso que toda vez que saíamos em uma nova missão, sempre, não houve uma vez sequer que eu não pedi a DEUS que estivesse comigo, com a minha casa e com a minha familia. Que Ele nos protegesse e nos guardasse. E que quando fosse da vontade d'Ele, que Ele nos levasse da forma mais digna que um tripulante de navio pudesse morrer. Mas pedia também que essa hora tardasse o máximo possível, pelo menos tempo o suficiente para que eu pudesse fazer e dizer algo que não havia dito.
Não sei qual será o fim desse dia, não sei qual é a vontade de DEUS pra nós, só sei que cada um de nós está fazendo o que deveria estar sendo feito. Eu me recolhi em meus aposentos, pode parecer que abandonei minha familia, mas o fato é que precisava estar aqui e agora. Sinto que esta será minha última chance e dizer o que eu não disse. Covardia? Posso dizer que sim. Arrependimento? Não digo que tenho, pois só agora sinto-me seguro o suficiente para dizer isso. Tarde demais? Pode ser que seja, mas só o fato de estar fazendo já me deixa mais tranquilo.
Deixo pra você esta carta, e junto com ela este anel. Quero que saiba que havia resolvido deixar esta minha casa por você, para construirmos juntos uma nova familia. Não quero que chore quando lê-la. Não gostaria que tivesse que ser assim, não imaginava que DEUS me levaria antes de poder dizer-te isso, antes poder viver contigo uma nova vida, mas não O julgo, não reclamo, sei que Ele sabe o que faz, sei que o melhor pra nós dois será feito, e nossas vidas mudarão a partir de hoje.
Te amo, axo que isso basta. respondo a uma coisa que você me perguntou a anos. Sei que você imagina que eu tenha me esquecido do que você me disse no dia em que resolvi vir para o mar. lembro-me que você disse que eu morreria nessas aventuras, agora você pode estar certa. Mas se eu partir hoje, saiba que vou na certeza de que eu amei alguém um dia, e que esse amor foi seu, saiba que meu coração sempre esteve dividido entre você e o mar. Quero que você siga a sua vida. E peço perdão por ter prendido você por tanto tempo. Esteja livre agora. Vá atrás de sua borboleta de asas de ouro!! Mas não deixe de sonhar quando encontrá-la. Existem sonhos maiores do que este. Te amo!"
Essa carta foi axada junto com um dos tripulantes. O seu nome nunca foi revelado, mas a linda moça para a qual ele havia deixado essa carta soube que era pra ela quando leu no final: "Vá atrás de sua borboleta de asas de ouro". Perguntamos a ela o que seria essa tal "borboleta de asas de ouro" e ela simplesmente respondeu que era a liberdade vista através dos olhos de quem ama. "Uma jóia tão rara que só quem ama a encontra" - E ela foi em busca de sua borboleta de asas de ouro.
O barco afundou, e com ele a história dos outros tripulantes. Sei que devem estar se perguntando qual seria exatamente a riqueza encontrada dentro daquela garrafa. Muitos devem ter pensado que era o anel, de fato o anel era muito valioso. Mas a maior riqueza da garrafa foi o aprendizado que esse tripulante deixou... Porque o amor é isso... É deixar que o outro busque sua "Borboleta de asas de ouro"...
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